
O crescimento da BYD no Brasil deixou de ser uma promessa para se tornar realidade. Em 2024, a montadora chinesa viu suas vendas dispararem 327%, alcançando mais de 76 mil veículos emplacados no país. Esse avanço não foi apenas expressivo — ele consolidou o Brasil como o principal mercado internacional da marca.
Boa parte desse sucesso veio da combinação entre preço competitivo e tecnologia. Modelos como o Dolphin Mini e o Dolphin caíram no gosto do consumidor brasileiro, oferecendo uma experiência elétrica acessível, eficiente e conectada. Não à toa, o Dolphin Mini encerrou o ano como o carro elétrico mais vendido do Brasil, com quase 22 mil unidades comercializadas.
Outro fator decisivo foi a expansão da rede de concessionárias da marca, que chegou a 100 unidades em todo o território nacional, com planos ambiciosos de atingir 250 nos próximos anos. Essa estratégia de capilaridade tem aproximado ainda mais o público da mobilidade elétrica.
Avanço global consistente
Enquanto domina o Brasil, a BYD também se destaca no cenário internacional. A empresa encerrou 2024 como líder global em vendas de veículos elétricos, superando até mesmo a Tesla em receita anual, com US$ 107 bilhões arrecadados. Foram mais de 4 milhões de veículos vendidos no ano, entre modelos 100% elétricos e híbridos plug-in.
Essa performance é resultado de uma estratégia ousada: oferecer uma linha variada de produtos, que atende desde o consumidor urbano que busca praticidade, até aqueles que desejam modelos mais robustos e sofisticados. Tudo isso sustentado por uma cadeia produtiva verticalizada, que vai desde a fabricação das próprias baterias até o desenvolvimento de softwares inteligentes de assistência ao condutor.
A inovação, aliás, é um dos pilares do sucesso da marca. As baterias Blade, patenteadas pela BYD, são conhecidas por oferecerem mais segurança e eficiência. Em alguns modelos, a tecnologia já permite alcançar até 400 km de autonomia com apenas 5 minutos de carga — um salto impressionante rumo ao futuro.
Produção local e desafios
Com os olhos voltados para a América Latina, a BYD vem apostando alto no Brasil. A empresa deu início à construção de um complexo industrial em Camaçari, na Bahia, onde funcionava a antiga fábrica da Ford. A meta é ambiciosa: produzir 300 mil veículos por ano, gerar milhares de empregos e transformar o estado em um polo estratégico para a mobilidade elétrica.
No entanto, nem tudo saiu como o planejado. Recentemente, denúncias sobre condições de trabalho inadequadas envolvendo funcionários chineses interromperam temporariamente as obras. A empresa se viu obrigada a revisar contratos e adequar os processos. Apesar do contratempo, a expectativa é que as operações sejam retomadas ainda em 2025.
Paralelamente, a BYD já opera fábricas em países como Tailândia e Uzbequistão, o que reforça seu plano de internacionalização. Cada nova unidade fortalece a presença da marca em mercados estratégicos, enquanto ela continua avançando no cenário global.
